Ian dos Anjos Cunha destaca que autoridade verdadeira não nasce de ordens, nasce da capacidade de convidar pessoas a pensar, participar e construir juntas. A transição da liderança do “faça como eu disse” para “vamos nessa direção, por que você acredita que esse caminho faz sentido?” representa uma revolução silenciosa, porém definitiva, no mundo corporativo. Hoje, conduzir não é dominar; é influenciar com respeito, inteligência emocional e propósito.
O ambiente de trabalho contemporâneo rejeita microgestão, controle excessivo e comunicação verticalizada. Profissionais talentosos, especialmente os que querem crescer e inovar, não respondem mais à liderança baseada em medo ou rigidez. Eles se engajam quando há clareza, transparência e espaço para coautoria. E o líder que compreende isso se torna um ponto de referência, não um ponto de pressão.
Da obediência à adesão: o que realmente engaja equipes maduras
A adesão voluntária é o novo ouro da gestão moderna. Pede-se menos obediência e mais alinhamento: propósito compartilhado, metas co-criadas e responsabilidade distribuída. Quando colaboradores entendem o impacto do que fazem e participam do processo decisório, a motivação deixa de ser mecânica e passa a ser emocional.

O comando pode até mover pessoas, mas por pouco tempo. Já o convite fortalece autonomia, estimula criatividade e cria um ciclo de confiança que se autoalimenta. Assim, constrói-se um ambiente onde surgir com uma ideia nova é tão natural quanto executar bem uma tarefa.
Comunicação que inspira: o verbo muda, e a cultura muda junto
Líderes que orientam pelo convite utilizam perguntas, não imposições. Trocam “faça isso agora” por “qual abordagem você sugere para resolver isso?” ou “como você enxerga essa prioridade?”. A diferença pode parecer sutil, mas o impacto é profundo: é nesse espaço que as pessoas aprendem a pensar, não apenas a cumprir.
Ian dos Anjos Cunha observa que a qualidade da liderança está diretamente ligada à qualidade das conversas que ela promove. E conversas verdadeiramente transformadoras começam quando o líder fala menos, pergunta mais e escuta melhor.
Influência como prática diária: disciplina, não discurso
Essa mudança não é romântica, é estratégica. Empresas de alta performance já entenderam que segurança psicológica, feedback contínuo e autonomia regulada geram resultados superiores. Convidar não é abdicar do papel de líder: é liderar com maturidade. Significa oferecer direcionamento, contexto e critério, e não controle exaustivo ou interferência constante.
Além disso, o convite exige coragem: ouvir opiniões divergentes, acolher outras perspectivas e criar espaço para que o time cresça, mesmo que isso exija do líder mais paciência e inteligência emocional.
Quando a influência substitui a imposição
O futuro corporativo será definido por líderes capazes de unir firmeza a suavidade, princípios a flexibilidade. Ian dos Anjos Cunha reforça que a liderança contemporânea exige presença, clareza e humildade intelectual. Autoritarismo é atalho, e atalhos nunca constroem legado.
Convidar é, em essência, um ato de respeito. É reconhecer que pessoas não são peças, mas potenciais. Que talento flui quando há liberdade responsável. Que grandes líderes não formam seguidores obedientes, formam pessoas capazes de pensar, decidir e liderar também.
A influência que transforma não se impõe. Ela se conquista, todos os dias, pela confiança, pelo exemplo e pelo convite para construir algo maior do que nós mesmos.
Ian dos Anjos Cunha resume essa visão em uma premissa simples: liderar é abrir caminho e oferecer companhia, não empurrar ninguém pela trilha.
Autor: Polina Kuznetsov
